terça-feira, 9 de abril de 2013

Aula 3 - Compartimentos Hídricos

Fluidos Corporais

Compartimentos hídricos

Um adulto jovem, do sexo masculino e de compleição média, apresenta um percentual de água corresponde a 60% do seu peso corporal. Aproximadamente 2/3 do total destes fluídos, cifra que correspondente a 40% do peso, está situado dentro das células, sendo por isto denominado intracelular (ICF), enquanto que o 1/3 restante (20% do peso) está colocado fora das mesmas e é denominado extracelular (ECF).

O compartimento extracelular é subdividido em três componentes individualizados: intersticial, intravascular e transcelular.

Ao fluído que está localizado no espaço que separa as células uma das outras, correspondentes a aproximadamente 75% do ECF (3/4 do mesmo) denomina-se liquido intersticial.

Próximo de 20% do ECF (1/4 do total) é composto por água em forma de plasma que circula dentro das artérias e veias e como linfa no sistema linfático. Este líquido é denominado intravascular. Pode-se dizer que a parede vascular separa o líquido intersticial do intravascular.

Uma pequena quantidade de água do extracelular conhecida como transcelular (alguns autores a nomina “terceiro espaço”) esta localizada em locais específicos tais como: fluidos serosos das cavidades potenciais (pleura, pericárdio, peritônio), espaço cefalorraquidiano, globo ocular (humor aquoso), espaço intra-articular (liquido sinovial), secreções digestivas. Partindo do principio que o transcelular é constituído por uma quantidade mínima de líquidos do extracelular este não é considerado um compartimento separado.

Em situações particulares, no entanto, este "terceiro espaço" pode bancar uma perda interior, portanto não visualizada e mensurada, de água, eletrólitos e proteínas, isotônico ou ligeiramente hipotônico ao plasma manifestado como derrame pleural, ascite, edema na área traumática, cirúrgica ou não, bolhas de queimaduras, edema do peritônio e do mesentério, secreções digestivas estagnadas no interior das alças intestinais. Este sequestro pode corresponder a uma perda generosa de vários litros de água, por exemplo, na peritonite generalizada por úlcera péptica perfurada ou por pancreatite aguda, queimaduras, na obstrução intestinal ou ainda nas cirurgias de grande porte com área de dissecção muito extensa. A perda é, em princípio, temporária e a água sequestrada volta para o compartimento intravascular à medida que há resolução do processo que originou acumulo de líquidos no terceiro espaço.

Para uma correta função celular é necessário que o espaço intracelular e o meio ambiente que o rodeia (espaço extracelular) se mantenham com uma determinada e constante concentração de eletrólitos.

Não obstante a existência de delimitadores (membrana celular e endotélio) separando os compartimentos corporais, os líquidos não estão confinados em uma área especifica. Com intuito de conservar a homeostasia, os fluidos estão em continua movimentação de um espaço para o outro, no entanto a quantidade contida em cada setor (intracelular e extracelular) conserva-se relativamente constante.

A despeito da ininterrupta passagem dos fluidos através de membranas semipermeáveis, determinados solutos são mais encontrados em um compartimento particular e tendem a permanecer limitados a este espaço em condições normais. Estas diferenças de concentrações contra um gradiente de pressão se deve a presença, na maioria das membranas celulares, de sistemas de transportes que ativamente acumulam ou expulsam solutos específicos. Por conta disto, no compartimento extracelular o cátion predominante é o sódio enquanto que os cloretos são os anions mais abundantes, já no espaço intracelular predomina como cátion o potássio e como anions proteínas e fosfatos.

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