domingo, 28 de abril de 2013

Aula 16 - Balanço e Transtornos do Cloro

Transtornos Hidroeletrolítico

Balanço e Transtornos do Cloro

Descrição

Entrada: Cloreto de sódio.

Excreção: Renal, suor, secreção gástrica.

Cloro total: 1490 mEq.

Valor plasmático: 100 mEq/l (95 – 105 mEq/l).

O cloro é encontrado no sal de cozinha e em muitos outros tipos de alimentos, sobretudo no peixe. É o principal ânion (íon negativo) do líquido extracelular e sua importância é maior por ser elemento constituinte do cloreto de sódio e do ácido clorídrico.

Cloretos tem efeito primordial na pressão osmótica, portanto ajudam na regulação da integridade celular. Cloretos interagem intimamente com o sódio, e é, o contrabalanceio da carga positiva deste eletrólito que ajuda manter a eletroneutralidade. Cloretos também são importantes para manutenção do equilíbrio da água e ácido-básico.

Funções

Cloretos executam as seguintes funções fisiológicas:

  1. Interagem com o sódio auxiliando na conservação da osmolaridade plasmática
  2. Ajuda manter o balanço de cátions entre o extracelular e intracelular combinando-se facilmente com o sódio (NaCl), hidrogênio (HCl), potássio (KCl) e cálcio (CaCl)
  3. Auxilia no balanço ácido-básico através do mecanismo de troca de cloretos: cloretos movimentam-se facilmente entre o intracelular das hemácias e o plasma permutando com o bicarbonato, portanto mantendo o correto balanço de anions entre o intracelular e extracelular
  4. Papel digestivo – HCl

Regulação

Uma vez que cloretos estão intimamente relacionados com o sódio (devido à atração elétrica), qualquer alteração nos níveis de sódio irá afetar secundariamente os níveis de cloro. Normamente os níveis de sódio e cloretos são alterados numa proporção direta ente um e outro. Além disso, a aldosterona, indiretamente regula o balanço de cloretos uma vez que regula o balanço de sódio nos túbulos renais.

Objetivo

Cloretos plasmáticos são mensurados para detectar desequilíbrio ácido-básico, status hídrico e balanço extracelular entre cátions e ânions.

Implicações clínicas

Níveis crítico incluem valores de cloretos menores que 70 mEq/l ou maiores que 120 mEq/l./p>

Hipercloremia

Descrição

Concentração de cloretos maior que 105 mEq/l.

Classificação

  • Moderada: 105 –115 mEq/l
  • Acentuada: 115 – 125 mEq/l
  • Grave: > 125 mEq/l

Etiologia

  • Sobrecarga na administração de sais de cloro (stress pós-operatório, doenças renais)
  • Anastomose uretero-intestinal bilateral
  • Alcalose respiratória (hiperventilação)
  • Distúrbios da função glomérulo tubular (diminuição da excreção renal)
  • Desidratação
  • Síndrome de Cushing

Excreção diminuída de bicarbonato (a concentração deste eletrólito é inversamente proporcional a dos cloretos, devido às trocas, realizados nos rins, entre cloretos e bicarbonatos).

Sinais e sintomas

  • Sede
  • Espasmos musculares amplos
  • Tremores
  • Confusão
  • Estupor com lentidão e pobreza de respostas
  • Febre baixa
  • Falta de controle da micção
  • Respiração profunda, estupor, fraqueza, letargia, sonolência e cefaleia
  • Em situações severas o coma pode ocorrer
  • Lassidão

Quando os níveis de cloreto aumentam no extracelular, a excreção de bicarbonato ocorre simultânea e proporcionalmente (a fim de manter o balanço de ânion), resultando em acidose metabólica; isto é conhecido como acidose metabólica hiperclorêmica.

Tratamento

  • Diluição e eliminação do cloro
  • Suspensão do fornecimento de cloro
  • Hidratação (Soro glicosado)
  • Ação mecânica com enemas para diminuição do contato entre a mucosa intestinal e ureteral visando diminuir a absorção de cloro (Anastomose uretero – intestinal bilateral)
  • Bicarbonato de sódio (Acidose)

Pode ser necessária a administração venosa de Ringer Lactato ou bicarbonato de sódio em situações de acidose, que deverão ser administrados cautelosamente com monetarização rigorosa para evitar hipercorreção.

Hipocloremia

Descrição

Concentração sérica de cloretos menor que 95 mEq/l.

Classificação

  • Moderada: 90 – 95 mEq/l
  • Média: 80 – 90 mEq/l
  • Grave: < 80 mEq/l

Etiologia

  • Falta de ingestão (Dietas prolongadas sem sal)
  • Perdas gástricas (Vômitos, aspiração gástrica)
  • Diarreia severa, queimadura severa
  • Nefropatias diuréticas
  • Sudorese significativa
  • Acidose respiratória, hipoventilação
  • Acidose diabética
  • Retenção de bicarbonato (tal como ocorre na alcalose metabólica e na doença pulmonar obstrutiva crônica)
  • Diluição por excesso de líquidos em anúricos

Sinais e sintomas

  • Irritabilidade muscular, tetania, depressão respiratória
  • Íleo (vômito agrava a hipocloremia)
  • Hipotonia vascular (Hipotensão arterial) podendo chegar a colapso circulatório

Tratamento

  • Tratar a causa básica
  • Déficit total de Cloro = Água Extracelular * déficit de cloro por litro
  • Na hipocloremia por diluição eliminar água (Não se deve administrar cloro>

Administração de cloro:

  • Via oral: Alimentos com cloro, sal comum, cloreto de potássio, etc.
  • Via parenteral: Solução salina hipertônica, soro fisiológico, Cloreto de Potássio, etc.

Quando acompanhada de hiponatremia poderá ser administrado cloreto de sódio IV. Quando acompanhada de hipocalemia administração venosa de cloreto de potássio.

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