domingo, 28 de abril de 2013

Aula 14 - Hipernatremia

Transtornos Hidroeletrolítico

Hipernatremia

Descrição

Concentração de sódio maior que 145 mEq/l

Significa hiperosmolaridade (falta de água no organismo), e, por consequência, para regulação do equilíbrio osmótico, passagem de água do intra para o extracelular com desidratação das células.

Classificação

  • Moderada: 145 – 150 mEq/l
  • Considerável: 150 – 160 mEq/l
  • Grave: > 160 mEq/l

Para que se possa diagnosticar e avaliar corretamente a hipernatremia algumas questões são ponderadas:

  • Existe alguma evidência de que o paciente perdeu líquido ou este foi administrado em quantidade inferior às necessidades basais?
  • No exame clínico o volume hídrico corporal está reduzido (desidratação)?
  • Se houve perda de líquido, esta foi de água ou de água e sódio?
  • Deu-se ao paciente uma terapia inadequada com administração excessiva de sódio?

Classificação

Etiologia

  • Perda de água maior que a de sódio (através suor, febre, queimaduras, altas temperaturas ambiente, insuficiência renal)
  • Excesso de administração de sódio (soluções hipertônicas de cloreto de sódio ou bicarbonato de sódio)
  • Desidratação e ingestão insuficiente de água (Coma, náufrago, preso, etc.)
  • Síndrome de Cushing
  • Hiperaldosteronismo primário (Síndrome de Cohn)
  • Distúrbios do metabolismo do H.A.D. (Diabetes insípidos)

Sinais e sintomas

Sede, febre, agitação, mucosas secas, oligúria, letargia, fraqueza muscular, contratura muscular, alterações mentais, delírio, coma com agitação.

Sintomas mais severos com sódio plasmático são observados com valores acima de 150 mEq/l

Laboratório

  • Aumento da osmolaridade plasmática
  • Aumento da taxa de sódio plasmática

Tratamento

Objetivos:

  • Correção da causa subjacente
  • Suspensão do fornecimento
  • Diluir e eliminar sódio

O tratamento da hipernatremia deve ser feito de forma lenta uma vez que a entrada célere de água para dentro da célula induz sobrecarga hídrica e edema cerebral. É perigoso corrigir muito rapidamente a tonicidade plasmática, posto que, uma queda repentina da mesma pode causar uma entrada rápida de água nas células que estão submetidas à adaptação osmótica, com maior risco de aparecimento de convulsões ou lesões neurológicas permanentes.

A melhor via para administrar água é a oral ou sonda nasogástrica (ou outro tubo de alimentação).

A reposição pela via parenteral deve sempre ser feita por soluções hipotônicas de sódio ou por solução de glicose a 5% (que repõe água pura). O uso de solução isotônica é restrito à correção da hipovolemia.

Cálculo do déficit de água do paciente:

Déficit H2O = AT [1 – (140/Na+)]

AT – Total de água do paciente (No adulto cerca de 60% do peso)

Não reduzir o sódio plasmático mais do que 10 mEq/dia;

Usar soro glicosado a 5%

Administrar 2 ml/Kg/hora

Paciente de 70 Kg de peso, com sódio plasmático de 180 mEq/l

AT = 60% x 70 Kg = 42 litros

Déficit de H2O = 42 (1 – 140/180) = 9,2 litros

Iniciar correção com 2 ml x 70 Kg = 140 ml/hora (3.300 ml/dia)

Para alcançar maior rapidez, em pacientes com Insuficiência Renal:

  • Diálise peritonial
  • Hemodiálise

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